sábado, 1 de junho de 2013

Mundo Paralelo

Cidade misteriosa, onde o cenário antigo e suntuoso arrastava uma multidão que clamava um coro palavras que  eu não entendia, mas mesmo assim não conseguia deixar de me entregar aquelas vozes.
Parecíamos perdidos,  vagávamos procurando algo. Uma legião de homens com vestidos longos e velas nas mãos comandava a multidão nas ruas. Mulheres assustadoras com um jeito de gente infeliz,  cobriam seus rostos com véus de renda preta. Murmuravam, se lamentavam, pediam perdão. Finalmente eu percebi. O tempo parara  e  o céu ficara entre o anoitecer e o amanhecer. Estávamos presos ali. Todos os castelos com suas portas abertas e, lá de dentro, saiam milhares de pessoas assustadoras. Algumas armadas com bandeiras, estátuas e  uma bolsa que parecia de metal de  onde saía uma fumaça com um cheiro estranho. Acho que iam para a guerra!
Eu, particularmente me sentia bem, mesmo sem palavras caminhava entre a multidão. Posto que, como o tempo estava preso aquela cena, eu estava presa a um corpinho de sete anos e só me restava ser livre para imaginar que igrejas eram castelos, que beatas pareciam assustadoras e que viajar com minha avô para Aparecida do Norte em tempo de romaria poderia ser uma experiência intrigante.







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