segunda-feira, 27 de maio de 2013

Movimento

Foi num piscar de olhos que ele desapareceu. Mas, eu o vi. Parecia suspenso por um fio transparente. Era negro e traçava um céu só seu. Em seu jogo de esconde, enganava meus olhos. Aparentava hora negro, hora prata, hora nada! Assim bailava o pássaro ilusionista em seu picadeiro infinito.



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Canto

Havia uma reforma num dos apartamentos do prédio. Estava sozinho. No momento em  que o espírito se acalmou , ouviu-se  as marteladas de um pedreiro. Sentiu uma chamada e parou para escutar . Música? Oração? Uma chamada de atenção na percussão do martelo. Na mesma hora deu-se o  direito e fechou os olhos. E num gesto solene, num pequeno espaço de tempo, agradeceu a presença do anjo pedreiro e sua trombeta encantada.



A Plantação

    Era uma vez um mundo cheio de estradas. E nelas, muitas terras. As pessoas  nasciam com algumas sementes para cuidar. Perambulavam em busca de achar um lugar que fosse bom para se estabelecer.
   João era uma dessas pessoas buscadoras, que perambulava pelas estradas, dia após dia, noite após noite. Por onde passava, reparava que em algumas terras se plantava laranjas, em outras pêssegos e noutras uvas.
   Um dia João encontrou uma terra que o atraiu profundamente e decidiu que ali iria jogar suas sementes e esperar a resposta da terra. Mas, para surpresa de João nada aconteceu. Ele não conseguia entender, pois a terra que escolhera parecia fértil. Mas, quando João ia verificar, nada havia acontecido . Ele gostarva dali;  por isso dava tempo à terra. E lá ia ele, semeando suas sementes.
    Passou-se muito tempo e João sempre tentando. Um dia, chateado, resolveu andar um pouco, foi seguindo a estrada e parou  num lugar que jamais prestara atenção. Sem querer, caiu do bolso de João algumas sementes no chão e, perplexo, João viu nascer  lindos e saudáveis morangos.
Ele ficou muito assustado e voltou correndo para sua terra determinado a tentar novamente. Agora, já sabia que as sementes que possuía eram de morangos. Adubou  toda a terra mas, novamente nada acontecera.
   João ficou muito triste, pois a terra que escolhera para viver era improdutiva. E então,  se pós a chorar. Chorou durante dias sem parar,  até que exausto ficou em silêncio. E  dentro do silêncio João resolveu que deixaria aquele lugar, mesmo gostando profundamente dele. Se  mudou para a   terra que havia fecundado seus morangos.

Mas de lá, mesmo rodeado de morangos, João não conseguia se esquecer  daquela terra que havia escolhido. E sempre que tinha um tempinho corria para lá na esperança de acontecer um milagre. Mas, voltava sempre frustrado . Então sentiu-se muito cansado. E  dentro do cansaço, João entendeu tudo; que cada terra tem sua capacidade de fecundação, que talvez lá fosse lugar de nascer cajus, ou amoras, mas João era morango. Deste dia em diante deixou de ser teimoso, pois dentro da teimosia João ficava estéril.






domingo, 19 de maio de 2013

O Hóspede

O que é o amor?
O amor é algo invisível que fica entrando e saindo de dentro da gente
As vezes entra dentro de mim e de você. Mas sai de um, sem o outro perceber
Não dá pra cobrar sua presença
É aproveitar quando ele resolve nos visitar
E deixa-lo ir,  se assim ele se decidir!





sábado, 11 de maio de 2013

Os Pássaros

Os pássaros no céu retratam o movimento da vida; a mudança de cenário. O ser sozinho e o ser em grupo.
O pássaro se despede sem remorso e vai. Voa longe, se resolve e volta mais forte, mais experiente.
É didático ver como eles determinam como vai ser. Hora com você, hora com vocês, hora sem vocês.
O chão do pássaro é elástico e as regras claras.
É, eles são seres civilizados!



terça-feira, 7 de maio de 2013

A Cama

Espera todo santo dia honestamente o que há de mais humano. A carne santa e suja.
O que costuma a antropologia da cama?
Qual a sua vestimenta?
Quais são seus fatos?
Laqueados por debaixo dos panos.
Vê-se qual o tom da madeira?
É de lei?
O que costuma a antropologia da cama?
Carnívora ou vegetariana?