sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Plantação

    Era uma vez um mundo cheio de estradas. E nelas, muitas terras. As pessoas  nasciam com algumas sementes para cuidar. Perambulavam em busca de achar um lugar que fosse bom para se estabelecer.
   João era uma dessas pessoas buscadoras, que perambulava pelas estradas, dia após dia, noite após noite. Por onde passava, reparava que em algumas terras se plantava laranjas, em outras pêssegos e noutras uvas.
   Um dia João encontrou uma terra que o atraiu profundamente e decidiu que ali iria jogar suas sementes e esperar a resposta da terra. Mas, para surpresa de João nada aconteceu. Ele não conseguia entender, pois a terra que escolhera parecia fértil. Mas, quando João ia verificar, nada havia acontecido . Ele gostarva dali;  por isso dava tempo à terra. E lá ia ele, semeando suas sementes.
    Passou-se muito tempo e João sempre tentando. Um dia, chateado, resolveu andar um pouco, foi seguindo a estrada e parou  num lugar que jamais prestara atenção. Sem querer, caiu do bolso de João algumas sementes no chão e, perplexo, João viu nascer  lindos e saudáveis morangos.
Ele ficou muito assustado e voltou correndo para sua terra determinado a tentar novamente. Agora, já sabia que as sementes que possuía eram de morangos. Adubou  toda a terra mas, novamente nada acontecera.
   João ficou muito triste, pois a terra que escolhera para viver era improdutiva. E então,  se pós a chorar. Chorou durante dias sem parar,  até que exausto ficou em silêncio. E  dentro do silêncio João resolveu que deixaria aquele lugar, mesmo gostando profundamente dele. Se  mudou para a   terra que havia fecundado seus morangos.

Mas de lá, mesmo rodeado de morangos, João não conseguia se esquecer  daquela terra que havia escolhido. E sempre que tinha um tempinho corria para lá na esperança de acontecer um milagre. Mas, voltava sempre frustrado . Então sentiu-se muito cansado. E  dentro do cansaço, João entendeu tudo; que cada terra tem sua capacidade de fecundação, que talvez lá fosse lugar de nascer cajus, ou amoras, mas João era morango. Deste dia em diante deixou de ser teimoso, pois dentro da teimosia João ficava estéril.






Um comentário:

  1. Oi Ana, adorei!
    Uma verdadeira parábola sobre a busca de nossas verdadeiras vocações.
    Obrigada por me conduzir com tanta sensibilidade à essa reflexão. bjsss
    Joaquina

    ResponderExcluir